Díli, 29 mai (Lusa) - O chefe da diplomacia australiana, Bob Carr, disse hoje que as relações com Timor-Leste "continuam boas", apesar de as autoridades timorenses terem acusado a Austrália de espionagem para acesso a informação confidencial nas negociações sobre gás e petróleo.
"Nada pode romper os laços entre o povo da Austrália e o povo de Timor-Leste", afirmou Bob Carr, citado na página na Internet da rádio e televisão australiana ABC.
"Tenho de respeitar a convenção que impede os ministros do Governo australiano de comentarem questões relacionadas com segurança, inteligência e espionagem, mesmo quando o que foi dito é uma simples mentira", acrescentou Bob Carr.
"Nada pode romper os laços entre o povo da Austrália e o povo de Timor-Leste", afirmou Bob Carr, citado na página na Internet da rádio e televisão australiana ABC.
"Tenho de respeitar a convenção que impede os ministros do Governo australiano de comentarem questões relacionadas com segurança, inteligência e espionagem, mesmo quando o que foi dito é uma simples mentira", acrescentou Bob Carr.
"Eu não teria tomado nenhuma decisão tão grave se não tivesse bases sólidas. Não gosto de brincar. Eu sou assim, não tomo decisões de ânimo leve", disse o primeiro-ministro timorense, Xanana Gusmão, quando questionado pela Lusa sobre aquele assunto.
A acusação de espionagem pelo Governo timorense apareceu na imprensa depois de terminar o prazo que impossibilitava Timor-Leste de denunciar o Tratado sobre Determinados Ajustes Marítimos no Mar de Timor (CMATS), assinado pelos dois países em 2007 para facilitar a exploração de gás e petróleo no Mar de Timor, nomeadamente do Greater Sunrise.
O tratado possibilita que Timor-Leste ou a Austrália o denunciem caso não tenha sido aprovado o Plano de Desenvolvimento do Greater Sunrise seis anos após ter entrado em vigor, prazo que terminou em fevereiro.
No final de abril, Timor-Leste enviou uma notificação a Camberra, em que afirmava que o tratado entre os dois países era inválido porque a Austrália tinha feito espionagem durante as negociações do mesmo.
O Governo australiano recusou negar ou confirmar as acusações.
A exploração do Greater Sunrise, campo de gás, criou um impasse nas relações entre a petrolífera australiana Woodside e as autoridades de Timor-Leste.
Enquanto a empresa australiana defende a exploração numa plataforma flutuante, Timor-Leste insiste na construção de um gasoduto para permitir desenvolver a costa sul do país.
Mesmo que o tratado seja denunciado, os contratos de exploração do Sunrise continuam em vigor e, se a produção no Greater Sunrise começar, o CMATS volta a entrar imediatamente em vigor, a não ser que modificações tenham sido negociadas.
No tratado, que impede a definição de fronteiras marítimas entre Timor-Leste e a Austrália durante um período de 50 anos, ficou especificado que cada um dos países recebe metade das receitas de exploração do Sunrise.
Além do CMATS, a exploração do gás e petróleo no Mar de Timor é também regulado pelo Tratado do Mar de Timor e pelo Acordo Internacional de Unificação.
O advogado do Governo timorense, Bernard Collaery, afirmou, citado pela ABC, que a prova de espionagem é "irrefutável".
"As provas são irrefutáveis e as autoridades australianas estão conscientes de que estamos em posição de fazer isto", afirmou.
"Eles (os timorenses) querem fazer melhor, o que faz parte da natureza humana, mas o facto é que com esta disputa com as empresas e com o Governo australiano estão a negar a eles próprios qualquer receita, porque o projeto não vai para a frente", disse o antigo ministro dos Negócios Estrangeiros australiano Alexander Downer, responsável pela diplomacia australiana quando aconteceu a alegada espionagem.
30 de Maio de 2013
MSE // BM // Lusa/Fim
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