No Moinho de Maré de Alhos Vedros, no concelho da Moita, realizou-se a apresentação do livro «O ano em que Pigafetta completou a circum-navegação», do escritor timorense Luís Cardoso, uma iniciativa integrada nos «Encontros da Primavera», promovidos pelo CACAV – Centro de Animação Cultural de Alhos Vedros.
“É uma obra marcada pelo lirismo épico, da luta do povo de Timor” – sublinhou João Rodrigues, editor da Sextante.
“Foram coisas reais que aconteceram, não têm a ver com ficção” – sublinhou o escritor timorense, Luís Cardoso, acrescentado que – “este livro tem muito de autobiográfico”.
João Rodrigues, editor da Sextante, apresentou no Moinho de Maré de Alhos Vedros, no concelho da Moita, o livro «O ano em que Pigafetta completou a circum-navegação», do escritor timorense Luís Cardoso.
“É um livro muito especial” – sublinhou, acrescentando que com esta obra, Luís Cardoso – “atinge o cume da criação literária”.
Referiu que é “um livro revelador” que demonstra o caminho percorrido pelo povo timorense – “em busca de identidade” e “o levantar de um povo para a Liberdade e Independência”.
Uma obra marcada pelo lirismo épico
“Numa linha de narração, no realismo mágico, mistérios acompanhando a vida, onde o tempo é cíclico e dá a volta” – refere João Rodrigues, nesta sua obra Luís Cardoso – “conta com o coração, do lado esquerdo onde está o coração”, seguindo as escolas do realismo mágico da América Latina, assume “uma forma de narrar, como aquela que marcou a resistências às ditaduras da América Latina”.
“É uma obra marcada pelo lirismo épico, da luta do povo de Timor” – sublinhou.
“Uma obra herdeira das coisas intimas, dos segredos, das histórias da memória e esperança” – acrescentou.
João Rodrigues, referiu que o escritor Luís Cardoso, é “uma voz original da literatura contemporânea portuguesa”.
“A sua obra é a pedra onde se vai fundar a literatura timorense no futuro” – sublinhou.
Caminho para dar voz a Timor
Recordou que Luís Cardoso, - “trabalhou, lutou, estudou ao lado das personagens do seu livro”.
Salientou que a escolha do português por Luís Cardoso, é a afirmação de uma “língua identitária”, referindo que “não é uma língua de conquista”, mas sim “a língua para conhecer o outro, de outras músicas, de outras línguas, de outros mitos”.
Recordou que a língua portuguesa é “uma língua minoritária em Timor”, mas a escolha do português é um caminho para “dar voz a Timor”.
Descobri o prazer de gostar da língua portuguesa
Luís Cardoso, recordou que esta era sua terceira presença em Alhos Vedros, tendo sido a primeira vez, numa iniciativa realizada após os Massacres de Santa Cruz. Lembrou amigos de Alhos Vedros – o Ricardo e o Hélio.
“Não sou um escritor muito mediatizado” – referiu.
Sublinhou que – “o português não é a minha língua natural”, mas, recordou que “foi através da língua portuguesa que ganhei o primeiro pão da minha vida”.
“Descobri o prazer de gostar da língua portuguesa”- salientou, referindo que tal gosto remontava ao seu tempo de escola.
Foi ali que escreveu redacções e cartas de amor, que lhe eram solicitadas por amigos. O filho do dono da padaria pedia-lhe que escrevesse as redacções. Ele escrevia. Em troca recebia pão com manteiga.
“O primeiro pão da minha vida foi na escola que comi. Era tão agradável aquele sabor e cheiro do pão com manteiga” – recordou.
Foram coisas reais que aconteceram não têm a ver com ficção
Luís Cardoso, estudou medicina, mas acabou por conclui a sua licenciatura em Engenheiro Agrónomo na área de Silvicultura.
Quando escreveu o seu primeiro livro recebeu elogios da critica que foram um estímulo para escrever diversas obras.
Este seu livro «O ano em que Pigafetta completou a circum-navegação», fala dos seus antepassados, dos mitos, mergulha no mundo dos mortos, que se mistura com os vivos.
“Foram coisas reais que aconteceram, não têm a ver com ficção” – sublinhou, acrescentado que – “este livro tem muito de autobiográfico”.
18.5.2013
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